Que sentimento confuso…
Vibra em mim algo no meio do peito, da mesma forma que a ansiedade vibra na altura do meu estômago. Me remete não só a lembranças, mas a completas sensações de momentos vividos. Traça intimamente e rapidamente um paralelo de onde estive com onde estou, o que eu fazia e o que faço agora. Coloca o passado e o presente numa balança a qual fujo para não ver a medição.
Sinto-me imergido em breves momentos de reflexão, sem esperar resultado, só reflexão.
Realmente a vida é feita de escolhas, e são tantas que me remetem a memória desde aquela época até agora. Muitas encruzilhadas, vias de mão dupla e movimentadas avenidas todas disfarçadas de estrada dos tijolos amarelos.
E se eu tivesse feito diferente? Aonde estaria? Com quem eu estaria? De que eu teria me arrependido?
Me arrependo de algumas coisas, é verdade.
Com preguiça de procurar muito já tive algumas informações interessantes:
nostalgia
1. melancolia profunda causada pelo afastamento da terra natal.
2. psic distúrbios comportamentais e/ou sintomas somáticos provocados pelo afastamento do país natal, do seio da família e pelo anseio extremo de a eles retornar.
3. p.ext. saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado. (n. da vida adolescente)
4.estado melancólico devido a aspirações, desejos nunca realizados. (n. de uma vida conjugal)
5.estado de tristeza sem causa aparente.
Parece que tem muita gente tentando explicar esse fenômeno sentimental, e assim como eu agora, ninguém sabe ao certo.
Voltando à reflexão nostálgica começo a questionar qual foi o sentido disso tudo. Por que passei por isso tudo e ainda passarei por mais.
Atenção, metáfora adiante:
Creio em Deus, mas acredito que ele não traça a nós todo o caminho. Ele sabe aonde chegaremos inevitavelmente pois conhece o nosso potencial mas age como um professor que deixa a criança numa sala cheia de objetos, alguns perigosos, outros didáticos, outros preciosos, entretanto todos desafiadores.
Ele senta no canto e supervisiona o nosso aprendizado, inserindo um brinquedo ou outro na nossa frente de acordo com nossas dificuldades. Se estamos gananciosos demais ele não tira o brinquedo, ele coloca um pouco mais e ao nosso lado trás o amiguinho que está sem nenhum, aumentando assim o desafio.
Se seguir essa linha de pensamento, posso dizer que a maioria das coisas esteve e está ainda nas minhas mãos
3. Saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado. (n. da vida adolescente)
Não tem jeito de voltar e não adianta se sentir mal por isso, mas é isso que esse sentimento estranho nos remete.
Lembro que fiz alguns vestibulares cuja técnica de avaliação nunca me pareceu muito correta, não sei dizer o porquê mas…
É aquela onde se você erra duas perguntas, isso anula uma resposta certa.
Meu relacionamento com esse tipo de prova é o mesmo relacionamento com pessoas que se atribuem o direito de julgamento e tem a psique tendente à rigorosidade de ideias.
Aquele amigo que valoriza mais o mau do que o bem, que imagina que os outros devem ser totalmente puros, senão não são dignos de confiança. Visualiza que o companheiro que lhe fez uma benfeitoria, após cometer um erro indignifica (acho que não existe essa palavra) tudo aquilo de positivo que deixou para trás.
Trazendo a nostalgia ao papo, prefiro inverter essa avaliação, dizendo que a cada dois acertos você “ameniza” um erro do passado, digo ameniza, onde depois de feito nunca se esquece o mau uso dos brinquedos e desafios anteriores. Sendo isso providencial para que nos próximos testes da vida, possamos focar em acertar tantos quanto pudermos para corrigir os desvios de caminhos que seguimos.

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