Minha primeira filha não foi planejada e demorei um tempo até entender porque minha mulher – minha namorada, na época – ficou tão nervosa quando aquelas duas listrinhas apareceram no teste. Eu sempre quis ser pai, uma espécie de substituição inconsciente daquilo que eu não tive quando era criança, e não fiquei nervoso com a notícia. Afinal, não era meu corpo que iria mudar. Não era minha profissão que iria mudar. Pra ser sincero, mal seria a minha vida que iria mudar – eu teria ainda nove meses de cerveja, amigos e futebol, não é mesmo? Talvez mais, se a Ana tirasse tudo de letra. [Continue lendo]

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