Segunda Ordem – Bons Espíritos
Caracteres gerais – Predominância do espírito sobre a matéria; desejo do bem. As suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber (ciência e sabedoria) às qualidades morais. Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem os traços da existência corporal, assim na forma da linguagem como nos hábitos, entre os quais se descobrem mesmo algumas das suas manias. De outro modo, seriam espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito, e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem.
Como espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos espíritos imperfeitos sobre aqueles a quem não merecem sofrê-la.
Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os move o orgulho, nem o egoísmo ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme, e fazem o bem pelo bem.
A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espírito do bem. Em épocas de superstições e de ignorância, eles hão sido elevados à categoria de divindades benfazejas.
Anjo de guarda – Espíritos guias, protetores, familiares ou simpáticos
Espírito que se incumbe da tarefa de amparar um outro espírito na etapa encarnatória – todas as pessoas possuem um. Geralmente, são designados os espíritos afins e simpáticos para estabelecerem tal relação. Um guia espiritual é, via de regra, um espírito mais evoluído que o seu protegido. Não raro, se vêem mães guiando filhos ou maridos guiando esposas, e assim por diante. Um guia acompanha o seu protegido oferecendo apoio num momento de sofrimento, esclarecimento numa hora de dúvida, ajuda num instante de perigo, etc. As pessoas, mesmo sem perceber, estão submetidas à influência benévola desse guia constantemente e, ao mínimo pensamento feito a ele, o bondoso espírito se faz presente e exerce sua tarefa caridosa e despretensiosa. Um guia está profundamente ligado a seu protegido por motivos de afinidade espiritual e sempre executa sua missão com um sentimento espontâneo de ajuda, porquanto essa ajuda também significa o seu próprio desenvolvimento e evolução. Essa terminologia de “anjo da guarda”, utilizada seriamente por outras religiões, pode ser tomada “emprestada” pelo Espiritismo, pois se enquadra perfeitamente para esse espírito missionário: consiste no amigo constante e amoroso que Deus proporciona a todos os encarnados na difícil etapa carnal – é comumente também chamado de “protetor espiritual” ou de “mentor espiritual”.
O Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
Na vida espírita, reconheceremos o Espírito nosso protetor. Pois não é raro que o tenhais conhecido antes de encarnardes.
Os guias invisíveis do homem não poderão, de forma alguma, afastar as dificuldades materiais dos seus caminhos evolutivos sobre a face da Terra.
Um guia espiritual poderá cooperar sempre em vossos trabalhos, seja auxiliando-vos nas dificuldades, de maneira indireta, ou confortando-vos na dor, estimulando-vos para a edificação moral, imprescindível à iluminação de cada um; entretanto, não deveis tomar as suas expressões fraternas por promessa formal, no terreno das realizações do mundo, porquanto essas realizações dependem do vosso esforço próprio e se acham entrosadas no mecanismo das provações indispensáveis ao vosso aperfeiçoamento.
Muitas das nossas queixas são consideradas verdadeiras preces dignas de toda a carinhosa atenção dos amigos desencarnados.
A maioria, porém, não passa de lamentação estéril, a que o homem se acostumou como a um vício qualquer, porque, se tendes nas mãos o remédio eficaz com o Evangelho de Jesus e com os consoladores esclarecimentos da doutrina dos Espíritos, a repetição de certas queixas traduz má-vontade na aplicação legítima do conhecimento espiritista a vós mesmos.
Muitos pensam que seu anjo de guarda ou Espírito Protetor seja um ser elevadíssimo, um Espírito Superior – isso é uma presunção. Seria o mesmo que pretendermos que o Ministro da Justiça viesse resolver a nossa questiúncula com nosso vizinho. Para isso, existe uma autoridade específica. Que temos diversos Espíritos que se interessam pela nossa proteção e desenvolvimento, não resta dúvida, mas que os mesmos sejam de ordem superior é pura vaidade de nossa parte; contudo, são de fato melhores do que nós, pois não se justificaria que um inferior protegesse um superior. Assim sendo, todos nós temos os nossos guardiães, segundo as nossas condições evolutivas. Entretanto, é necessário lembrar que há uma hierarquia em todos os planos, tendo em vista que quando o problema escapa à competência do mentor, ele solicita do seu superior a necessária intervenção. Outro aspecto a ser considerado é o da efetiva e ininterrupta assistência do guardião ao seu pupilo, como fosse um escravo a nosso serviço. Quando os Espíritos disseram que o anjo guardião se liga ao seu protegido, não significa uma constante assistência, mas sim um compromisso para com aquela criatura, ajudando-a sempre que necessário, seja pela evocação feita pelo tutelado ou pelos vigilantes deste, que são os Espíritos familiares ou afins. Caso contrário, o protetor não disporia de tempo para os estudos (o Espírito evolui eternamente) ou para outras tarefas, bem como para o lazer. Lembremo-nos também que temos a companhia que estivermos invocando pelas nossas condições mentais, as quais variam segundo as nossas atitudes: se estivermos voltados para os anseios carnais ou violentos, não poderemos ser ajudados pelos nossos benfeitores, porque, ao afinar com entidades inferiores, automaticamente estaremos repelindo, sintonicamente, aqueles que nos querem ajudar.
Podem ser divididos em quatro grupos principais:
Quinta classe – Espíritos Benévolos – A bondade é neles a qualidade dominante. Gostam de prestar serviço aos homens e protegê-los. Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Seu progresso realizou-se mais no sentido moral que no intelectual.
Quarta classe – Espíritos Sábios – Distinguem-se pela amplitude dos seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade, e jamais dominados por quaisquer paixões próprias dos espíritos imperfeitos.
Terceira classe – Espíritos Prudentes – As qualidades morais da ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes permite julgar com precisão os homens e as coisas.
Segunda classe – Espíritos Superiores – Esses reúnem em si a ciência, a sabedoria e a bondade. A linguagem que empregam exala sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. A sua superioridade torna-os mais aptos do que os outros a darem-nos noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Comunicam-se, voluntariamente, com os que procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas para compreendê-la. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.
Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso, e então oferecem-nos o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo.
Primeira Ordem – Espíritos Puros
Caracteres gerais – Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absolutas, em relação aos espíritos de outras ordens.
Primeira classe – classe única – Os espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e despojaram-se de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é susceptível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.
Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a da ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Dirigem-se a todos os espíritos que lhe são inferiores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e determinam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições concitá-los ao bem ou à expiação das faltas, que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados, às vezes, pelo nome de anjos, arcanjos ou serafins. Os homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria o que pretendesse tê-los constantemente as suas ordens.
Perguntas:
1- Quais as principais características dos espíritos da segunda ordem?
Predominância do espírito sobre a matéria; desejo do bem. As suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade.
2- Qual a principal diferença entre os espíritos da segunda ordem com a terceira ordem?
Segunda ordem – predominância do espírito sobre a matéria.
Terceira ordem – predominância da matéria sobre o espírito.
3- Qual a ordem de espíritos que não possui nenhuma influencia da matéria?
São os espíritos da primeira ordem, espíritos puros.
4- Porque os espíritos da segunda ordem, não podem ser considerados espíritos puros?
Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem os traços da existência corporal, assim na forma da linguagem como nos hábitos, entre os quais se descobrem mesmo algumas das suas manias. De outro modo, seriam espíritos perfeitos.
5- Qual a finalidade do anjo da guarda ou espíritos protetores junto aos encarnados?
O Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
6- Defina as principais características das classes dos espíritos bons (Segunda ordem)?
Benévolos – qualidade dominante é a bondade (moral), mais seu saber (conhecimento) é limitado.
Sábios – qualidade dominante é amplitude dos conhecimentos (saber), tem a moral elevada, mas tem mais aptidão para as questões científicas.
Prudentes – elevada qualidade moral, sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes permite julgar com precisão os homens e as coisas.
Superiores – Esses reúnem em si a ciência, a sabedoria e a bondade.
7- Qual o caminho percorrido para um espírito se tornar puro?
Eles percorreram todos os graus da escala espírita e despojaram-se de todas as impurezas da matéria, não têm mais que sofrer provas, nem expiações.