O Atendimento Fitoterápico será realizado em nossa instituição dia 15/03/2014, onde será feito consultas e distribuição de remédios fitoterápicos pelos nossos irmãos de Peirópolis a partir das 08:00 hs da manhã se estendendo até quando for necessário pelo número de pessoas que vierem.
Esperamos você! Abaixo segue um texto sobre os fitoterapia:
A fitoterapia aliada ao tratamento espiritual |
Escrito por Izabel Vitusso e Eliana Haddad |
Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, a Medicina Complementar e Alternativa (MCA) está presente no Brasil no cuidado de milhões de pacientes, que recorrem a técnicas e terapias naturais para o alívio e cura de suas doenças, buscando o equilíbrio físico e emocional. Algumas delas, entendidas como novas nos países ocidentais, são tradicionais e recorrentes em outras sociedades e culturas, como a acupuntura, o do-in e a fitoterapia, que envolve o uso dos princípios ativos das plantas em favor da saúde. Isso sem falar na homeopatia (Hahnemann, 1755) e na manipulação do magnetismo animal (Mesmer, 1744). “Praticamente não houve interrupção do trabalho com a fitoterapia iniciado por Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento, MG, que é hoje o coordenador geral desse trabalho no plano espiritual”– explica Rener Leite da Cunha, e à frente do trabalho de assistência nesse segmento há mais de vinte anos, no Centro Espírita Estrada da Luz e em pelo menos três outras casas espíritas em Uberlândia, MG e região, onde chega a atender com a equipe cerca de 1.500 pessoas por mês. Desde o século 19, Eurípedes fazia o que chamavam de trabalho de receituário, e distribuía gratuitamente as formulações que ele mesmo preparava na Farmácia Homeopática, tendo a sua mediunidade como um dos instrumentos principais no atendimento de pessoas que vinham de longe para se tratar.1 Através de seu tio Sinhô Mariano, na Fazenda em Santa Maria é que Eurípedes Barsanulfo tornou-se espírita. E logo após a sua desencarnação, foi Sinhô Mariano quem continuou o trabalho no atendimento, ainda por muitos anos. Eurípedes desencarnara muito cedo, em 1918, com apenas 38 anos, vítima da gripe espanhola. A partir de 1959, o médium Langerton prossegue com o trabalho da fitoterapia, em Peirópolis, Uberaba, cujos conhecimentos que detinha sobre as plantas, preparo, acondicionamento, embalagem, indicação, foram aos poucos sendo transmitidos a outras pessoas interessadas, o que propiciou a multiplicação de trabalhadores que formam hoje cerca de 70 grupos semelhantes espalhados pelo Brasil e em cinco países: Alemanha, Holanda, Portugal, Maputo (na África) e Cuba. “Temos aí o ide e pregai, ensinai, curai os enfermos, expulsai os demônios. Isso é fitoterapia com Jesus” – explica Rener. “Além da parte física, dos recursos das plantas, a fitoterapia obedece à fluidificação da espiritualidade. “Eu posso manipular uma planta, mas na casa espírita o efeito magnético é outro. Os efeitos químicos, biológicos são diferentes”, diz ao recordar o preparo de trinta quilos de cremes e unguentos no dia anterior a essa entrevista. “Tudo é à base de oração, fluidificação; fazemos tinturas com a planta verde [sabendo-se a hora exata de se coletá-la], extraímos o princípio ativo, magnetizamos a tintura através da fluidificação magnética do médium e da espiritualidade”– comenta. “Quando as energias perispiríticas, que são as energias fluídicas do indivíduo, estão em desequilíbrio, lesionam as células e essas células adoecem o corpo físico”– explica Rener, que ao trabalhar no receituário é auxiliado pelos espíritos pela mediunidade auditiva. “Os assistidos vão sendo tratados desde a entrada no Centro, através da equipe espiritual, da palestra que ouvem sobre o Evangelho, até a saída, com seus frascos de medicamentos à base de plantas, distribuídos gratuitamente”– conclui. Desde a desencarnação de Langerton, em 2003, os antigos aprendizes se reúnem em torno de um ideal e estão conseguindo levantar, no terreno de 10 mil m2 adquirido em Uberaba, o Núcleo Espírita Brasileiro Langerton Neves da Cunha, iniciando-se pelo centro espírita, seguido do laboratório e farmácia, de acordo com as regulamentações das leis civis do Brasil. Terá como objetivo a unificação do trabalho nos atendimentos nos centros espíritas vinculados ao projeto, incluindo o cultivo das plantas, principalmente da região do Cerrado, atendendo às orientações do médium Langerton e da legislação. Avaliando o trabalho que realiza junto à equipe no Departamento Espírita Casa de Cárita, em Uberaba, Emerson lembra que muitas pessoas procuram o centro espírita em busca de uma cura, “porque todos queremos ficar livres dos problemas, mas não queremos nos modificar. Aí entra o Evangelho, como a verdadeira cura do espírito. A doença é efeito apenas”. A planta tem um princípio ativo que atua no corpo físico e, dependendo da forma de manipulação, também em corpos energéticos mais sutis. Mas a fitoterapia na casa espírita é um instrumento fantástico para atrair o coração humano. “Nosso trabalho principal não é a fitoterapia, mas o Evangelho de Jesus.” A importância da Universidade nas pesquisas O médico-cirurgião e fitoterapeuta Dr. Sérgio Mitsunori Soma, formado em medicina na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba, na década de 80, também iniciou o trabalho de manipulação das plantas com Langerton e participa a mais de vinte anos no núcleo de Araxá, MG, no Centro Espírita Labor, Fé e Amor, que tem à frente pessoas como o casal Maria de Lourdes, Ismael Honorato e seu filho André Luiz. Sérgio possui uma visão muito clara sobre a relação entre o espiritismo e a medicina complementar. “A doutrina espírita vê o homem como um ser integral e hoje percebemos que a medicina comum está mais preocupada com o tratamento da doença e não do doente; daí a procura dos espiritualistas pela medicina complementar, que atenta de uma maneira mais global às necessidades do que o homem está buscando hoje”– elucida. Segundo o cirurgião, cerca de 30% das doenças hoje são causadas pelos efeitos colaterais dos remédios alopáticos. Porém deixa claro que reconhece a importância da alopatia. “Mas é preciso lembrar que planta também tem contraindicaçoes”, alerta o médico sobre o perigo da automedicação, em qualquer tratamento. E diz ainda: “O trabalho de fitoterapia aliado ao tratamento espiritual na casa espírita é coisa muito séria. Há uma orientação espiritual muito grande e muitos médiuns que não são médicos conhecem a planta às vezes muito melhor, porque acabam se dedicando ao estudo e à pesquisa para melhor auxiliar”. Ele destaca o trabalho científico que está sendo realizado em Araxá, citando também o projeto Ecocerrado Brasil.2 Nos últimos onze anos, foi montado um estudo avançado sobre plantas medicinais: catalogando-as com nome científico, popular, origem, reprodução, indicações, contraindicações e referências bibliográficas, o que só aumenta o respaldo científico da fitoterapia no Brasil. “Começamos o estudo com 20 participantes e hoje somos mais de 250 e com aproximadamente 45 representantes de universidades brasileiras”. 1- Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade, de Jorge Rizzini (Ed. Correio Fraterno) e O homem e a missão, de Corina Novelino (Ed. IDE). |